A este ponto você já deve estar familiarizado com Hearthstone, o jogo de cartas da Blizzard que domina o mercado no seu segmento. Recentemente foi lançada mais uma expansão, a Kobolds e Catacumbas, que propõe uma aventura por uma catacumba em que o jogador derrota inimigos, coleta tesouros e monta seu deck ao longo do percurso.

        Poucos dias atrás eu estava jogando Hearthstone no tablet e meu irmão, que não jogava há anos, começou a assistir numa hora um tanto conveniente, em que ele me viu executar o “Exodia” do Paladino, derrotando Vustrasz utilizando estas cartas.

        Foi o que o fez tentar jogar uma vez de caçador e não descansar até derrotar todos os chefes, o que só levou duas tentativas.

        Dois dias depois eu chego em casa à noite e é a vez dele de passar pelas catacumbas de Paladino, mas desta vez sem o combo que eu utilizei. O confronto era contra a Escuridão,

que tem um deck quase completamente feito de remoções, o que torna especialmente difícil para o herói que depende muito de ter vantagem na mesa para ganhar o jogo.

        Desde o começo, cada turno contava, pensávamos e conversávamos sobre todas as possibilidades de jogada possíveis e qual seria a melhor; ele priorizando as melhores trocas, o dano causado no adversário e eu o alertando das possíveis cartas de remoção do oponente, já que meu irmão não jogava há muito tempo e não saberia que condições de mesa deveria evitar.

        Quanto mais avançávamos na partida, mais comemorávamos cada pequena vitória e mais tenso o jogo ficava. Os turnos passaram a demorar cada vez mais, os debates sobre as melhores maneiras de ganhar passavam a ser mais longos e cada jogada era extremamente cuidadosa.

        Enfim, a Escuridão foi derrotada depois de usar todas as suas cartas num jogo épico e tenso, o que só fez a experiência de jogar este modo extremamente recompensadora.

         A sensação de satisfação, o “eu consegui!” ao fim da partida contra cada último chefe pode ser vista claramente por quem passou pelas catacumbas, o que denota que os desenvolvedores foram capazes de fazer um modo de jogo desafiador e ao mesmo tempo recompensador, o que é extremamente difícil.

        Algo a se destacar é a maneira que o jogo apresenta os obstáculos e explica a progressão, pra deixar o jogador sempre ciente de que será difícil a ponto dos oponentes terem poderes claramente injustos se comparadas diretamente com os do herói escolhido. Ainda assim o jogador continua e não se sente injustiçado, porque apesar da surpresa na primeira vez que se depara com o nível de força dos últimos confrontos de cada catacumba, era algo esperado e preparado desde o início. Ele aceita que é injusto, mas acredita que é possível.

        O que torna cada tentativa interessante é a variedade de chefes, os tesouros que muitas vezes definem sua condição de vitória em cada aventura e os decks aleatórios que são montados.

        Os tesouros são todos úteis de alguma forma, alguns beneficiam umas classes mais do que outras, e as três cartas que são oferecidas ao final de cada chefe para integrar o deck compartilham de alguma característica que define sua utilização, como escudo divino para trocas eficientes, provocar para defesa ou cartas lendárias. Estas cartas são aleatórias dentro de uma seleção pré-definida pelos desenvolvedores, pra evitar que o deck do jogador seja injustamente ruim sem ele ter a possibilidade de fazer boas escolhas.

        Pela dificuldade do modo, o número de derrotas que o jogador terá será sempre grande, pois qualquer erro pode fazer com que ele recomece e por vezes o fator aleatório fica aleatório demais, não dando a mínima chance pra quem decidiu encarar os desafios e tentar derrotar os oito chefes.

        Nestas horas o jogo pode se tornar um tanto frustrante, principalmente quando se está jogando sozinho ou quando se falha muitas vezes.

        É um ótimo modo pra novos jogadores, pois eles não precisam conhecer todas as cartas do jogo para se divertirem e não precisam ter cartas para jogar, tudo acontece na hora e é apresentado e explicado com um tom leve e bem-humorado.

        Apesar disso, por incrível que pareça, eu nunca me diverti tanto no Hearthstone quanto jogando cooperativamente. Esta é a experiência que eu recomendo: chame alguém, jogue junto e compartilhem o sabor da vitória, se vocês chegarem até o final.

Kobolds e Catacumbas – Uma aventura single-player que é mais divertida co-op
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